segunda-feira

Um segundo atras do outro, o tempo nao falha.

Tenho pensado muito na inevitabilidade do tempo, passando rapido ou devagar, ele nunca para, reduz a marcha ou nos da um descanso.
Esta prerrogativa me deixa inquieto, me da vontade de nao parar, mas nao posso faze-lo, meu corpo e minha mente pedem para reduzir a marcha, pegar a pista da direita, e deixar ir a esmo perdendo velociade gradualmente, ate que chegue mais uma montanha que eu precise acelerar.
Meu grande problema e que tenho uma impressao forte de que, a tempos subo uma ladeira ingreme, e se tirar o pe do acelerador, vou acabar retrocedendo, "puxe o freio de mao" alguns me dirao, mas tambem deste nao gosto, significa estancar no caminho, as pedras sao assim, sofrem apenas com a gravidade e nada mais.
Quando ouço o  falar de Raul Seixas, lembro das pedras que choram sozinhas no mesmo lugar, e sinto um frio correr pelo meu corpo, nao sou uma pedra, nao posso jogar a ancora e parar de navegar, e preciso que a caldeira nunca pare de arder, creio que um dia vai parar, mas este é o dia da minha morte, e este nao quero que chegue, cedo ou tarde, nao o quero, dispenso, deixo para aqueles que realmente Querem descansar em paz, ainda que esta paz seja perturbada por aqueles que ainda andam sobre a terra, apegados aos estao sob ela.
Este tem sido meu karma maior, sentir a cruel existencia desta inevitabilidade.
Alguns vao achar, que eu aqui com meus Dezenove, estou a falar bobagens, que nada sei da vida ou do tempo para estar aqui, creio ate que estes nao lerão estas, ou outras palavras minhas. Escrevo o que penso, penso a muito tempo já, e este tambem é um martirio, pensar demais, nas horas nescessarias e desnecessarias, estou sempre pensando, nao que eu Queira estar pensando sempre, apenas nao consigo deixar de faze-lo, e acho que nao devo deixar de faze-lo, é o que me mantem vivo. 
Enquanto crio e descrio em minha mente, o tempo passa, e muitas vezes sinto que passei horas ali, olhando pra lugar nenhum, alterando as coisas para que façam sentido, e geralmente nao fazem, principalmente aquelas coisas da mente humana, sao confusas estas que me rodeiam, assim como a minha, talvez haja uma diferença nesta confusão, e esta diferenca seja o querer descomplicar-se, destruir esta confusao, arrumar as coisas aqui dentro, são tantas e a tanto tempo amontoadas uma sobre as outras, que nao torna a tarefa uma simples arrumaçao.
E vou assim, pensando, organizando e desorganizando, botando tudo hora pr'um lado hora pr'outro, ate achar um lugar pra este tudo, jogando algumas coisas obsoletas fora, e procurando por outras que me sejam mais uteis, ou ate inuteis, mas que nao me deixem contra meus principios, que sao muitos. Estes ultimos tambem tenho que reciclar por vez ou outra, e é dificil desfazer-se deles.
No mais, há muito o que descobrir, o que sentir, e minha curiosidade do porque desta louca vida, vai me levando adiante, adiante, adiante, junto com o tempo que passa milesimo por milesimo, um atras do outro numa precisao mais que cirurgica, por que o tempo, nunca falha.

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